O filho do ex-governador Luiz Rocha, o maranhense Roberto Rocha (PSDB), ocupa uma das cadeiras mais cobiçadas por qualquer político. É na Câmara Alta, em Brasília. A cobiça não está resumida somente ao nome bonito ou onde está localizada, no centro do poder, mas justamente pelo Senado Federal ser uma das maiores forças dentro do sistema político brasileiro.
Não é à toa que durante tanto tempo a dança das três cadeiras quase nenhuma mudança. Os senadores tinham um papel fundamental para a manutenção do poder do esfacelado grupo Sarney. Agora, Roberto Rocha (PSDB), que foi eleito no grupo do governador Flávio Dino (PCdoB) e logo após alcançar o poder em suas mãos, abandonou o grupo e virou oposição, sofre de um mal que nenhum político pode ter o “luxo” de ter: a ausência de um grupo político.
Enquanto os deputados federais aproveitam a força de suas emendas e influência no Governo Federal, ampliando bases e fazendo mais prefeitos, o partido do qual Rocha preside, o PSDB, definhou ao longo do seu mandato pelo Maranhão afora. O senador Roberto Rocha elegeu somente quatro aliados.
Zezão (PSDB), em Governador Luiz Rocha. Lucio (PSDB), em Itinga do Maranhão. Gilberto Braga (PSDB), em Luís Domingues e Maura Jorge (PSDB), em Lago da Pedra. Esta última mais pelo espólio político em Lago da Pedra do que pelo auxílio da legenda.
O murchamento do PSDB foi maior que o sonho de Roberto Rocha fazer a ‘Ferrovia do Sol’, que tem o objetivo de ligar as capitais do nordeste. Em 2016, o PSDB elegeu 29 prefeitos contra 8 prefeitos do pleito anterior. O responsável pelo crescimento de 2012 para 2016 foi, na verdade, do vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, então presidente do PSDB.
Para finalizar, a vitória de Eduardo Braide (Podemos) até poderia ter um carimbo da articulação política de Roberto Rocha, somente até o primeiro turno. Porém, foi no segundo turno que Rocha viu o trem descarrilhar com a chegada do PDT do senador Weverton Rocha.
Aos mais próximos, o senador Roberto Rocha confidencia que acredita que Eduardo Braide (Podemos) vai manter o compromisso que começou em 2018, passou por 2020 e chegaria até 2022, quando Roberto Rocha quer ser, mais uma vez, candidato ao governo do Maranhão.
O que a prova de fogo mostrou foi que um grupo político liderado pelo senador Roberto Rocha tem votação somente em quatro municípios. Mesmo sentado na cadeira do Senado e com acesso livre ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).