As prefeituras de Bacabeira, Miranda e Santa Rita, enroladas com a Polícia Federal na operação Falsa Esperança, estão tentando se livrar das consequências da investigação alegando calote de fornecedor. O empresário Josimiel da Silva, proprietário da J. J. da Silva e Santos Ltda., empresa contratada pelas gestões municipais, diz que tomou calote de um fornecedor e que, por isso não entregou os respiradores contratados por dispensa de licitação.

Em depoimento, o empresário contou que recebeu R$ 325 mil por cinco unidades de respiradores, sendo duas para Miranda, uma para Bacabeira, uma para Vitorino Freire, e uma para Santa Rita. Josimiel da Silva informou que transferiu o valor à empresa, mas que nunca recebeu os aparelhos. E assim, as prefeituras tentam se vitimizar, usando a história para justificar o sumiço do recurso e a falta dos equipamentos.

Mesmo que o calote no caso dos respiradores justificasse a situação das prefeituras, outros contratos firmados pelas gestões municipais de Bacabeira, Miranda do Norte e Santa Rita podem ter sido superfaturados, a exemplo do contrato para a aquisição de macacões que seriam usados por agentes de saúde no enfrentamento da Covid-19 nos municípios. Também firmado com a J. J. da Silva e Santos Ltda., o contrato apresenta indícios de superfaturamento de até 400%.