Senadora Eliziane Gama

Comandado com mãos de ferro pelo ex-deputado Roberto Freire, o Cidadania parece condenado à triste sina de existir na sombra da senadora Eliziane Gama. Na capital São Luís, o partido foi do apogeu à derrocada entre as eleições de 2012 e 2016.

Não fosse o governador Flávio Dino, em 2018, o ex-PPS estaria condenado à extinção. Foram mais de 1,5 milhão de votos que catapultaram Eliziane Gama ao Congresso Nacional, elevando as expectativas na legenda para o pleito de 2020.

A sete meses da eleição, o Cidadania parece não saber o que fazer. Após conversas com Duarte Junior, Yglésio Moyses, Jeisael Marx e Rubens Pereira Jr, todas candidaturas viáveis, a opção parece ser a do nome de Carlos Madeira, um ex-juiz desconhecido pela maioria da população de São Luís.

A opção, mais pessoal do que política, deve elevar Eliel Gama, irmão da senadora, à vaga de vice-prefeito de Madeira. Não porque ele acredite nas chances do dono do Val Paraíso Acqua Park, mas pelo que o poderio econômico e a visibilidade do pré-candidato do Solidariedade podem proporcionar. Eliel sonha com o cargo de deputado e fará tudo o que for possível para alcança-lo.

Malquisto pelo comunista Flávio Dino e por parte considerável da política local, Eliel pode decretar o fim do partido da irmã, sufocando qualquer possibilidade de ela alcançar a reeleição. Antes, claro, ele deve decretar o fracasso de Carlos Madeira, afastando o Palácio dos Leões de qualquer negociação com a chapa do Solidariedade à Prefeitura de São Luís.

E assim caminha o Cidadania, muito mais a serviço dos interesses da família Gama/Mello, equiparando-se à uma legenda de aluguel que suspende qualquer debate entre os seus filiados apenas para atender os interesses dos próprios donos.