Assentada a poeira da corrida às urnas, com a definição de 216 prefeitos – Imperatriz só resolverá no 2º turno, marcado para o dia 26 -, é possível fazer uma primeira leitura do novo mapa político do Maranhão, identificando quem mais ganhou, o que permite um rascunho inicial a respeito do tamanho das forças políticas que irão para o embate em 2026.

Para começar, na seara governista, quatro nomes se destacam, sendo o primeiro o governador Carlos Brandão (PSB), que viu a aliança partidária sob seu  comando  sair fortalecida, o que lhe dá estatura política para comandar o processo que envolve a sua sucessão e o seu próprio futuro nesse contexto. É o caso também dos ministros André Fufuca (Esporte) e Juscelino Filho (Comunicações) cujos partidos, PP e União Brasil, respectivamente, saíram fortalecidos das urnas, e junto com eles o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (UB). O tamanho do cacife de André Fufuca depende do 2º turno em Imperatriz: se Rildo Amaral vencer, o ministro do Esporte ganha maior musculatura e consolida o seu projeto senatorial; se o candidato do PP for derrotado, André Fufuca continua com o poder de fogo atual.  Na outra ponta, onde se misturam independentes e oposicionistas, o grande vencedor foi o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, cujo partido, o PL – que não segue uma rígida linha bolsonarista -, emplacou nada menos que 41 prefeitos, o que lhe dá um cacife extraordinário para negociar em 2026. E ainda nesse campo estão o senador Weverton Rocha (PDT) e o deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos), que sofreram fortes perdas, mas ainda saíram vivos.

O governador Carlos Brandão deu uma demonstração de que sabe mexer as peças nesse jogo. Para começar, o seu partido, o PSB, que vem sofrendo uma erosão interna, por conta do afastamento da corrente dinista, saiu das urnas com 19 prefeitos (só tinha seis), num esforço nítido do seu comando. O MDB, comandado por Marcus Brandão, irmão e principal conselheiro político do governador, e que é hoje o seu principal esteio partidário da aliança governista, elegeu nada menos que 37 prefeitos. Os seus aliados mais próximos, o PP, sob o comando do ministro André Fufuca, fez 29 mandatários, e o União Brasil vai diplomar 26 eleitos. Somados esses ganhos maiores, sem incluir os pequenos partidos, a base governista saiu das urnas com 111 prefeitos.

Os resultados auferidos pelo Palácio dos Leões foram além, se acrescentados os sete prefeitos eleitos pelo PSDB – repaginado pelo secretário-chefe da Casa Civil Sebastião Madeira -, os seis do PRD, comandado pelo clã Marreca, e outros oito resultantes da soma de dois do PT, dois do Mobiliza, dois do Podemos, um do Cidadania e um do PV, totalizando uma base de 132 prefeitos. Com esse cacife, o governador Carlos Brandão se consolida como a maior liderança política do Maranhão nesse momento. Esse poder de fogo pode aumentar com uma possível aliança com pelo menos metade do PL, que pode fornir a base governista com pelo menos 150 prefeitos.

Na banda independente do mapa político rascunhado pelas urnas, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho confirmou seu força ao sair da disputa com quatro dezenas de prefeitos, reafirmando seu cacife como parte decisiva. O deputado federal Aluísio Mendes, situado na direita bolsonarista, conduziu o Republicanos a um resultado bem menor do que o partido conseguiu em 2020.

Ainda no campo oposicionista, o senador Weverton Rocha perdeu mais da metade do cacife com que saiu das urnas em 2020, despencando de 42 prefeitos para 19, e ainda perdendo colégios importantes, como Timon e Balsas, tendo ainda o PDT, que mandou na Capital por longo tempo, quase desaparecido em São Luís, onde conta agora com apenas um vereador, Raimundo Penha. Seu único aliado, o Solidariedade, fez apenas um prefeito.

É com base nesse rascunho que o mapa político do Maranhão para 2026 será definitivamente desenhado.