Investigação da Aeronáutica apontou que o sargento Manoel Silva Rodrigues, preso em junho deste ano, na Espanha transportando 39 kg de cocaína, entrou no avião ainda desligado e não passou a bagagem pelos procedimentos de segurança previstos. O militar fazia parte da comitiva presidencial que levava Jair Bolsonaro – que estava em outra aeronave – para o G20 realizado no Japão.
segundo o relatório militar, não consta que os militares tenham passado por revista antes do embarque. Apenas alguns dos integrantes da comitiva tiveram de pesar a bagagem de maneira informal. Já de acordo com o inquérito, Silva Rodrigues não passou por esse procedimento.
Somente em Sevilha, o militar precisou submeter a bagagem a um raio-x, que detectou presença de material orgânico na mala. Questionado, o sargento voltou a afirmar que levava queijo a uma prima que morava na Espanha.
Quando as autoridades espanholas detectaram a presença de cocaína, Silva Rodrigues ficou em choque e não disse mais nada no local. Apenas depois, já à Justiça, o militar brasileiro afirmou que não sabia que havia cocaína na bagagem.
Neste ano, o sargento esteve duas vezes na Espanha, em Las Palmas e em Madrid. De acordo com militares que viajaram com eles, não houve nessas ocasiões controle de raio-x no desembarque nos aeroportos espanhóis.
O incidente levou a comitiva a transferir a escala do avião de Bolsonaro, que chegaria depois, de Sevilha a Lisboa.
Além de Silva Rodrigues, o inquérito também revela que outro militar, o tenente-coronel Alexandre Augusto Piovesan, passou a ser considerado investigado – e não mais testemunha. Isso porque a quebra do sigilo telefônico da mulher do sargento Silva Rodrigues mostra que os dois mantinham contato frequente.
DO G1