Jose Lauro Moura

Após ficar no centro do escândalo que ficou conhecido nacionalmente como “Estradas Fantasmas” em 2007, a construtora Enciza Engenharia volta a operar no governo do Maranhão faturando cifras milionárias.

Segundo dados colhidos no Portal da Transparência, a empreiteira, de propriedade de José Lauro de Castro Moura e Benjamin Lima Moura, lucrou quase R$ 50 milhões entre os anos de 2017 e 2018 na gestão de Flávio Dino. Os ganhos devem ultrapassar o montante referido acima, uma vez que há contratos em vigência.

Em 2017, a Enciza faturou cerca de R$ 22.871.382,91 milhões, e, em 2018 embolsou o valor de R$ 27.060.379,14 milhões.

Relembre o caso

Durante o governo José Reinaldo Tavares, foi pago com recursos do Tesouro Estadual R$ 8,4 milhões em obras viárias contratadas, mas que não foram realizadas pelas Construtoras Gautama, Enciza Engenharia, Petra Construções e L.J. Construções.

Somando a esse valor referido acima, os R$ 3,6 milhões desviados na suposta fraude das 19 estradas vicinais fantasmas, o montante de recursos desembolsados chegou a R$ 12 milhões.

O Ministério Público Estadual (MPE) confirmou que foram cerca de R$ 5 milhões desviados em obras inexistentes promovidas com a assinatura do secretário demissionário João Cândido Dominici, que é cunhado do atual governador no esquema das “estradas fantasmas”.

Além dos R$ 3,6 milhões das 19 estradas vicinais não construídas, o Governo do Estado pagou antecipadamente e em regime de prioridade os R$ 8,4 milhões por três obras: uma ponte sobre o riacho Barro Duro, em Tutóia, e a recuperação emergencial dos pontos críticos das rodovias MA-373 e MA-006.

Segundo relatório, apresentado em outubro de 2004, o governo José Reinaldo Tavares gastou R$ 227,1 milhões na “recuperação” e “construção” de rodovias no estado entre os anos de 2002 e 2003. A comissão apontou no documento que seriam necessários somente R$ 105,8 milhões para que as MA’s estivessem em boas condições de trafegabilidade.

O governador e o cunhado João Cândido Dominici, a época secretário de Infra-Estrutura, pagaram R$ 121,3 milhões a mais, por serviços de recuperação e construção de rodovias estaduais hoje intrafegáveis.

O empreiteiro José Lauro de Castro Moura, proprietário da construtora Enciza Engenharia, responsável pela “recuperação” de 362 quilômetros da MA-006 entre a cidade de Fortaleza dos Nogueiras e o Entrocamento da BR-222, disse que “depois de dois invernos grandes e o tráfego intenso de caminhões pesados, as estradas não aguentam”.