Barra do Corda (MA) – Enquanto a população enfrenta problemas com saúde precária, ruas esburacadas e escolas sem estrutura, a Prefeitura de Barra do Corda segue gastando com festas e eventos — sem dizer quem está ganhando, quanto está sendo pago ou por quê. E o mais grave: o Ministério Público parece não estar nem aí.

Sob a gestão do prefeito Rigo Teles, os contratos para eventos são realizados através de dispensas de licitação ou registros de preços genéricos, que não divulgam o nome das empresas nem os valores finais pagos. Recentemente, por exemplo, foi registrada uma dispensa no valor de R$ 60.144,00 para peças teatrais — mas até agora, ninguém sabe quem vai receber esse dinheiro.

O modus operandi da escuridão

Esse tipo de prática virou rotina: editais aparecem, mas sem detalhes dos vencedores, sem publicação de contratos completos, sem prestação de contas. É como se a prefeitura usasse dinheiro público como se fosse privado, promovendo eventos com estrutura cara, enquanto a população permanece sem saber quem lucra com isso.

A utilização de atas de registro de preço também virou ferramenta para escapar da transparência: tudo é previamente autorizado, mas os gastos só aparecem quando o dinheiro já foi pago — e, muitas vezes, nem assim.

E o Ministério Público? Silêncio.

O mais alarmante é a inércia do Ministério Público, que deveria estar fiscalizando a aplicação correta dos recursos públicos, mas se mantém calado, mesmo diante de indícios claros de falta de publicidade dos atos administrativos. Nenhuma investigação pública, nenhuma recomendação, nenhum pedido de explicação à Prefeitura.

O silêncio institucional favorece o descontrole e abre espaço para apadrinhamento, favorecimento de empresas e uso político do dinheiro público em festas e shows.

Festa com dinheiro público e sem explicação

Não é exagero dizer que Barra do Corda virou um exemplo claro de como se pode gastar milhares de reais com eventos sem qualquer respeito à transparência — e ainda assim não ser cobrado por isso. Enquanto o povo aplaude o show, alguém enriquece por trás do palco, longe dos holofotes, protegido pela falta de fiscalização.

E tudo isso sob o comando de Rigo Teles, que já foi deputado estadual por anos e agora repete velhas práticas em sua gestão municipal. Nada de novo: políticos tradicionais seguem tratando a máquina pública como extensão de seus projetos pessoais.