Na tribuna da Assembleia Legislativa, Rodrigo Lago resolveu tirar o microfone do gancho para fazer o que muitos fazem quando estão fora do poder: reclamar. O alvo? Os shows com atrações nacionais promovidos pelo governo Brandão. Segundo o deputado, seria um gasto desnecessário.

Mas o curioso é que, quando o espetáculo era comandado por Flávio Dino — e ele mesmo era secretário do governo — os mesmos shows pareciam mágicos. Nada de “desperdício”, nada de “prioridades erradas”. A lógica era outra: o som era alto, o camarote era bom e a cultura era aplaudida.

Rodrigo Lago parece ter descoberto agora que o Maranhão tem festas. Ou talvez tenha apenas descoberto que não é mais convidado.

A verdade é que o deputado não está contra a cultura. Está contra não participar dela. A hipocrisia é tanta que daria um festival à parte. Nome do evento? “Esquecer é viver”, com participação especial de discursos contraditórios e ataques seletivos.

Enquanto o povo dança no São João e os artistas fazem a economia girar, Rodrigo Lago dança conforme a música da oposição: desafinada, forçada e cheia de nostalgia de um passado em que ele era governo.