Após entregar o cargo de governador a Carlos Brandão (PSB), em meio a uma situação de rachadura no grupo político governista por conta de disputa interna, e tornar-se mais um cidadão comum, Flávio Dino (PSB) tem utilizado a estratégia de tecer críticas ao Governo Bolsonaro para se manter em alta.

Críticas sobre postura e qualidade da gestão pública são duas de suas principais armas – além de um celular na mão logado no Twitter. Entretanto, o mesmo político que critica a quem faz oposição, diante da atual situação à qual a população está sendo submetida, deixou a cadeira do Executivo maranhense em situação semelhante, com milhares abaixo da linha da pobreza, número que, antes da pandemia, logo no início de 2020, já era de 1,4 milhão de pessoas, segundo o IBGE.

Outro dado (mais atual) que sustenta esse cenário foi dado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD): 29,25% (2 milhões) dos maranhenses vivem abaixo da linha da pobreza e 15,62% (1,1 milhão) estão na extrema pobreza, e os números podem ser ainda maiores em função da pandemia.

Na campanha eleitoral de 2014, quando pretendia ser governador e acabar com a oligarquia Sarney, Flávio Dino prometeu à população maranhense (pouco mais de 6 milhões, na época) uma vida digna, mas o que se vê, aquele tido como ‘herói’ deixou a casa pior do que estava, em diversas frentes.

Em meio a esse cenário, Flávio Dino tenta ludibriar novamente a população para chegar a um cargo público, dessa vez, ao Senado Federal, numa chapa encabeçada por Brandão, que foi posto no comando para dar, o que ele chama de “continuidade no trabalho feito” – que não chegou para metade da população.

Além das críticas à administração federal, a hipocrisia de Flávio Dino, mascarada por feitos positivos em seu governo, como na saúde e educação, e tendo apoio do seu grupo (que engoliu a oposição maranhense), o fará voltar às mesmas casas, hoje, em situação pior, para pedir uma nova chance. Nos resta saber se a população dará.