A PF (Polícia Federal) deflagrou hoje uma operação para investigar supostos desvios na compra de ventiladores pulmonares pelo Consórcio Nordeste na fase do pico inicial da pandemia da covid-19 no Brasil. Segundo a corporação, a operação mira possíveis irregularidades na aquisição de 300 equipamentos. A operação, que recebeu o nome de Cianose, cumpriu 14 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia e no Distrito Federal. Todos eles foram expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e as buscas também contaram com a participação de auditores da CGU (Controladoria Geral da União).

De acordo com a PF, o processo de aquisição que se seguiu contou com diversas irregularidades, como o pagamento antecipado de seu valor integral, sem que houvesse no contrato qualquer garantia contra eventual inadimplência por parte da contratada. Ao fim do processo, a PF diz que nenhum respirador foi entregue. Ainda segundo a corporação, os investigados podem responder pelos crimes de estelionato em detrimento de entidade pública, dispensa de licitação sem observância das formalidades legais e lavagem de dinheiro.

Como governador do maranhão, em 2020, no pico da pandemia de coronavirus, Dino e seu então secretário de Saúde, Carlos Eduardo Lula, participaram do Consórcio Nordeste para a compra de 300 respiradores, que nunca foram entregues.

A operação desta quarta-feira é apenas a primeira de uma série, que deve envolver todos os estados nordestinos.

O escândalo da falsa compra de respiradores se deu no auge da pandemia; os estados nordestinos decidiram comprar, em consórcio, os equipamentos para uso nas UTIs, mas as empresas nunca entregaram a compra.

Só o Maranhão teve um prejuízo R$ 9 de milhões; Flávio Dino nunca se movimentou para recuperar o dinheiro.