No final do ano passado, uma operação da Polícia Civil e Ministério Público do Maranhão (MPMA) deu início à investigação de um suposto esquema de desvio de emendas parlamentares na capital maranhense. A operação teve o objetivo de desarticular esquemas com dinheiro público envolvendo dois institutos e emendas parlamentares da Câmara de Vereadores de São Luís. Na época, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão e prisão temporária.

Segundo investigações os dois institutos teriam utilizado o Atestado de Existência e Regular Funcionamento para se beneficiar mediante a celebração de convênios junto a secretarias municipais de São Luís. Algo em torno de R$ 4 milhões foram movimentados apenas pelos dois institutos que foram alvo da operação, denominada “Faz de conta”. Ainda entre as suspeitas, o desvio de mais R$ 1,9 milhão da Secretaria Municipal de Desportos e Lazer (Semdel) de São Luís entre 2018 e 2019. A investigação segue em andamento.

Entre os investigados constam nomes como o dos vereadores Francisco Chaguinhas (PP), Isaias Pereirinha (PSL), Chico Carvalho (PSL), Raimundo Penha (PDT), Josué Pinheiro (PSDB), Paulo Victor (PTC), Joãozinho Freitas (PTB), Aldir Júnior (PL), Concita Pinto (Patriota), Honorato Fernandes (PT), Pavão Filho (PDT) e Ricardo Diniz (PRTB).

O assunto volta à tona às vésperas do pleito eleitoral, quando os parlamentares, principalmente alguns dos que concorrem à reeleição, esbanjam ainda mais a fortuna de suas campanhas. A ostentação pode fazer o povo se questionar acerca da origem desses recursos que bancam os candidatos e suas campanhas milionárias. 

Às vésperas das eleições, grande parte deles – a exemplo de Astro de Ogum, Umbelino Júnior, Pereirinha, Ricardo Diniz, Paulo Victor, Chico Carvalho e Concita Pinto – não são transparentes quanto aos gastos com a campanha. Nenhuma prestação de contas dos referidos candidatos foi apresentada à Justiça Eleitoral até esta quinta-feira (12). Os candidatos têm até o dia 15 de dezembro para a apresentação das prestações de contas de campanha, mas transparência é o mínimo que se espera dos aspirantes à reeleição.

Entre os que já apresentam os gastos com a campanha, está o vereador Marquinhos, que só em serviços gráficos já torrou R$ 21.300,00, sem contar com programas eleitorais e outros gastos esbanjados durante a disputa eleitoral, e sem falar nos gastos dos demais vereadores que disputam a reeleição.

Uma coisa é certa, a farra das emendas parlamentares pode ter gerado a circulação de um grande volume de recursos entre parlamentares do legislativo municipal, mais um motivo para a Justiça Eleitoral ser ainda mais rigorosa com a prestação de contas de todos os candidatos, especialmente os que desejam permanecer ocupando cargo no legislativo municipal.