Em entrevista ao Jornal da Mira (Mirante FM), o candidato a prefeito de São José de Ribamar, Julinho, insistiu na tese de que não está inelegível para disputar as eleições municipais, mesmo com contas reprovadas durante sua gestão, em 2008, quando foi diretor da Maternidade Benedito Leite, em São Luís.

“Eu tive uma causa que eu ganhei na primeira instância, na segunda instância. E essa causa dormiu em Brasília, desde 2018. Agora, por circunstância meia teratológica, o ministro derruba a sentença da primeira e da segunda vara”, declarou o candidato, confundindo instância com vara.

Julinho foi candidato em 2008 e em 2016, mas em ambas ocasiões, além de perder por votos, teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral. Nas últimas eleições, mesmo inelegível disputou as eleições e recebeu apenas 3,85% dos votos contra 96,17% do adversário, o ex-prefeito Luis Fernando. Os votos foram anulados pela Justiça, logo após a apuração. Nestas eleições de 2020, o Ministério Público Eleitoral ingressou com pedido de impugnação da candidatura de Julinho Matos. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também indeferiu o pedido dos advogados do médico de suspensão da condenação.

“Portanto, no entendimento de méritos, eu estou elegível. E essa causa foi de 2007, já se passaram duas eleições”, afirmou Julinho ao jornalista Clóvis Cabalau, diretor de redação do jornal  O Estado do Maranhão.

Julinho foi condenado por má gestão de dinheiro público. Com apoio do ex-prefeito Gil Cutrim, tentou uma manobra este ano junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA), mas o candidato permanece “ficha suja”, condição ratificada pelo Ministério Público Eleitoral e pelo Superior Tribunal de Justiça. A mentira e a condenação são os piores cabos eleitorais que o ex-prefeito poderia ter nas eleições.