O Brasil tem ao menos 23,6 mil testes do novo coronavírus (Sars-CoV-2) ainda à espera do resultado. Esse número equivale a 3,4 vezes o total de casos confirmados (6,9 mil) no balanço das Secretarias de Saúde, atualizado às 7h40 desta quinta-feira (2).
Pesquisadores explicam que esse cenário – quantidade de kits insuficiente e gargalo na hora de analisar as amostras coletadas – dificulta a realização de cálculos que mostrem o real avanço do surto por aqui. E fazem um alerta: como o Ministério da Saúde recomenda que sejam testados apenas pacientes graves, existe a chance de ser considerável o percentual de “positivos” nesse universo de pessoas já submetidas ao exame.
Fila de testes
Estado | nº de testes aguardando análise | nº de casos confirmados |
Acre | 68 | 43 |
Alagoas | 100 | 18 |
Amapá | 311 | 11 |
Ceará | 1.840 | 445 |
Espírito Santo | 674 | 120 |
Minas Gerais | 3.856 | 314 |
Paraíba | 100 | 21 |
Pernambuco | 0 | 95 |
Paraná | 0 | 229 |
Rio Grande do Norte | 1.000 | 92 |
São Paulo | 16.000 | 2.981 |
Total | 23.638 | 4.085 |
Modelos que projetam o volume de casos para os próximos dias sugerem que o ritmo da pandemia está mais lento — apesar do recorde de confirmações em um só dia (1.138) nesta terça-feira (31) e do acréscimo considerável (outros 1.119 casos) nesta quarta-feira (dia 1º), segundo o Ministério da Saúde.
Em São Paulo, por exemplo, a demanda de testes no Instituto Adolfo Lutz é o triplo da capacidade atual de análise. Nesta quarta, o instituto informou que 16 mil análises aguardavam resultados. Do total de exames recebidos na semana passada, apenas 0,4% foi processado e liberado.