O jornalista e escritor Manoel dos Santos Neto lançou, na noite desta sexta-feira (31), na Livraria AMEI, no São Luís Shopping, o livro-reportagem intitulado “A Ressureição do Padre”, que aborda a trajetória de vida e a obra do padre João Miguel Mohana. É o sexto livro publicado pelo jornalista, conhecido no meio jornalístico por “Manoelzinho”, e que é servidor da Assembleia.

Autoridades, amigos e familiares do jornalista e do biografado prestigiaram o evento, adquiriram a obra e receberam o autógrafo do jornalista e escritor. “Maoelzinho” contou que a ideia de escrever o livro surgiu depois que ele leu uma reportagem que escreveu, há 20 anos, quando foi escalado para cobrir o velório e sepultamento do padre João Miguel Mohana, ocorrido em 12 de agosto de 1995.

“À época, eu era repórter de polícia. Tentei me esquivar da pauta, mas não teve jeito. Cobri todos os detalhes deste acontecimento marcante da cidade. Confesso que foi o maior sepultamento que já presenciei. Tinha gente de todas as classes sociais chorando a morte do padre, o que demonstrava sua popularidade. Fiquei surpreso com a reportagem que produzi. Era diferente de tudo que já tinha sido feito. Aí, me ocorreu a ideia de transformá-la num livro”, revelou.

A figura humana e a obra de João Mohana

Manoelzinho disse que leu toda a obra deixada pelo padre Mohana, que foi médico, sacerdote e psicólogo, constituída de 43 livros e várias peças de teatro. “Padre Mohana foi um homem de uma cultura muito vasta e que enxergava muito à frente. Seus escritos são atualíssimos. Os livros ‘O Coração de Cristo e o Coração do Homem’ e ‘Plenitude Humana’, na minha opinião, resumem toda sua obra. Ele escreveu dois romances: ‘O Outro Caminho’, que trata do dilema da escolha da vocação, e ‘Maria da Tempestade’. Mohana era conferencista e articulista, escreveu durante anos uma coluna no jornal O Imparcial sobre temas do dia a dia”, destacou.

Segundo Manoelzinho, os temas da predileção de João Mohana eram família, formação da juventude e valores cristãos. “Padre Mohana é considerado o escritor dono da melhor coleção brasileira de educação para o casamento. Era um orientador espiritual muito requisitado. Criou um grupo de jovens chamado Juventude Universitária Cristã (JUAC) e Pré-JUAC, de secundaristas. Fui um dos que integraram esse grupo. Formou muitas lideranças cristãs na diversas áreas. Ele é patrono de uma das cadeiras da Academia Ludovicense de Letras”, enfatizou.

Expectativa quanto à receptividade da obra

“Estou com uma certa ansiedade de saber a reação das pessoas ao lerem o livro que, modéstia à parte, está muito bem escrito. É um livro simples, sem maiores pretensões literárias. Foi um trabalho desafiador. Afinal, retratar a trajetória de uma vida não é nada fácil. Escrevi em linguagem de jornal. Considero um livro gostoso de ser lido. Espero que os leitores gostem. O título do livro remete para a ideia de que é como se o padre ainda estivesse em nosso convívio, tamanha é a atualidade de seus escritos. Os dilemas que vivemos hoje, com o mundo virtual, Mohana já previa sobre”, comentou.

Reconhecimento e importância da obra

Acredito que o Manoelzinho teve a inspiração do padre Mohana quando escolheu esse título para a obra e decidiu escrevê-la,. É oportuno para este momento pelo qual passam as famílias, a juventudes e os casais, necessitando de um aconchego espiritual e humano. Mohana se preocupava com o ser humano em sua plenitude. O Manoelzinho ao fazer essa ressurreição do padre Mohana, nos faz relembrar seus ensinamentos”, enfatizou Antonio Mohana Pinheiro, engenheiro, empresário e sobrinho do padre.

O jornalista e presidente da Academia Maranhense de Letras (AML), Benedito Buzar, destacou a importância da obra. “É uma satisfação muito grande ver um jornalista como é o Manoelzinho, íntegro e competente, lançar um livro, retratando a vida e obra de um dos maiores intelectuais maranhenses da Igreja Católica. Ele escolheu uma figura extraordinária, sublime e fantástica, que foi João Mohana. Estava faltando esse trabalho na nossa literatura. Moanoel é um estudioso dessa área, trabalhou com afinco e, hoje, brinda a todos nós com essa magnífica obra que terá, sem dúvida, retumbante sucesso”, salientou.

Para o jornalista Cunha Santos, a literatura maranhense se enriquece com a publicação de “A Ressureição do Padre”. “O autor já vem se destacando no ramo literário com outras publicações e, hoje, nos presenteia com esse trabalho de fôlego e de grande relevância, que é o resgate do legado de um dos maiores intelectuais da Igreja Católica do Maranhão, o Padre Mohana. É uma obra muito atrativa e deve ter sido extasiante para Manoelzinho contar a história desse grande homem que foi padre Mohana”, pontuou.

O desembargador Lourival Serejo disse vê com muita satisfação mais uma obra ser lançada para o acervo da literatura maranhense, principalmente por se tratar de um biografado tão importante como é o padre João Mohana. “Trata-se de um homem que não pode ser esquecido, cujo temas de seus estudos permanecem atuais, infelizmente desconhecidos pelos jovens. Foi muito feliz o jornalista Manoelzinho ao escolher resgatar tão importante legado da cultura maranhense, o parabenizo!”, destacou.

Agradecimentos

Ao final da noite de autógrafos, o jornalista e escritor disse se sentir muito agradecido pela presença dos amigos e familiares seus e do homenageado e muito contente por conseguir realizar esse sonho. “Há 20 anos vinha fazendo essa pesquisa. Tive o apoio de diversas pessoas e de instituições que gostaria de destacar, dentre elas, o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, a Academia Ludovicense de Letras, a Fundação Sousândrade, o Iema, na figura do reitor Jhonatan Almada. Estou muito feliz e muito agradecido”, concluiu.