Investigações preliminares apontam para uma espécie de parceria entre o médico e assessor técnico da Secretaria de Saúde, Mariano de Castro e Silva, e um deputado estadual pelo PCdoB. A relação, segundo apurou a reportagem, é obscura e nada republicana.
Há informações de que o parlamentar teria atuado também numa rede criminosa de indicações de quarteirizadas. Essas indicações, a princípio, levou a PF numa linha extremamente comprometedora, na qual o médico Mariano foi descoberto atuando em favor da empresa Quality Serviços Médicos Ltda.
Políticos (deputados estatuais) do auto escalão do governo Flávio Dino aparecem enrolados até o pescoço no esquema de indicações de funcionários fantasmas, inclusive fazendo lobe em favor de entes privados para abocanhar contratos.
Mas, o que chamou atenção da Polícia Federal, é a evolução patrimonial de um deputado do PCdoB que conseguiu comprar um apartamento de milhões no edifício Tow Twaees. A compra levantou a suspeita da origem do dinheiro.
Esquema
Em depoimento à Polícia Federal, o empresário Antonio Nogueira, sócio-proprietário da Quality Serviços Médicos Ltda – uma das empresas alvo da 5ª fase da Operação Sermão aos Peixes, denominada Pegadores, declarou que a Quality era uma empresa fantasma e comandada pelo médico Mariano, cuja função era receber e repassar dinheiro oriundo dos cofres da Saúde.
De acordo com o relato do empresário, o assessor técnico da Rede de Assistência à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES) era o responsável por garantir que as notas fiscais para os pagamentos à empresa fossem atestadas.
A Quality foi criada a pedido do cunhado de Mariano Silva.
Prisão
No dia 16, o médico foi um dos 17 alvos da operação Pegadores. Ele é apontado como o operador do esquema criminoso que desviou R$ 18 milhões da Saúde do Maranhão (relembre).
“Mariano era responsável por montar e executar uma contabilidade paralela, que era encaminhada para as Organizações Sociais a fim de fraudar as prestações de contas e ajustar os valores efetivamente gastos com aqueles previstos nos contratos firmados com o Governo do Maranhão”, ressaltou o inquérito da Polícia Federal.