Em artigo publicado na edição deste
domingo (8) no jornal O Estado do Maranhão, de propriedade de sua
família – mas que já circula em São Luís neste sábado (7) -, o
ex-senador José Sarney (PMDB-MA) disparou contra o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, por ter incluído sua filha, a ex-governadora
Roseana Sarney (PMDB), na “cloaca” – termo utilizado pelo peemedebista –
da lista dos políticos que serão investigados no Supremo Tribunal
Federal (STF) pela Operação Lava Jato, e associou a abertura do
inquérito contra sua filha, a ex-governadora Roseana Sarney, à rejeição,
pelo Senado, em 2009, da indicação do procurador Nicolao Dino, atual
secretário de Relações Institucionais da Procuradoria Geral da República
(PGR) e irmão do governador Flávio Dino (PCdoB), para o Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP). Na época, Sarney presidia o
Senado.

O irmão do governador do Maranhão e braço direito de Janot na PGR, Nicolao Dino Cecília Bastos“Cabeça coroada” O irmão do governador do Maranhão e braço direito de Janot na PGR, Nicolao Dino

Apesar
de Janot só ter assumido a PGR em setembro de 2013, ou seja, quatro
anos após a negativa do Senado a Nicolao, o chefe do clã maranhense
atribuiu a abertura da investigação contra Roseana, suspeita de ter
recebido dinheiro do esquema de desvio de recursos da Petrobras, a uma
“vingança” do procurador-geral da República.

Um cabeça coroada do órgão, cérebro e braço direito do dr. Janot, foi
recusado para o CNMP pelo Senado. Agora, o dr. Janot, em solidariedade
ao colega, coloca mal a instituição MP. Como vem fazendo desde a última
eleição, quando pediu intervenção federal no Maranhão e perseguiu a
governadora Roseana Sarney no episódio de Pedrinhas, resolve vingar-se
de mim, atribuindo-me a culpa pela recusa do amigo – acusou Sarney.
Disparando
contra o irmão do governador do Maranhão, Sarney diz ainda que não teve
qualquer responsabilidade na negativa do Senado à indicação de Nicolao
Dino.
– Eu não votei, não presidi a
sessão que recusou seu nome, e nem sabia da votação. Agora, o dr. Janot,
na sua escolha da lista dos destinados autos de fé, inclui Roseana
nessa cloaca – criticou.
Em defesa da
filha, Sarney alega que Roseana Sarney não deveria ser investigada
porque, segundo ele, há contradições entre os depoimentos do ex-diretor
da Petrobras e o doleiro Alberto Youssef.

Evidentemente, o dr. Janot fez uma escolha e usou a instituição
Ministério Público para sua atuação, nessa escolha de a quem denuncia ou
não, atarefado com sua própria eleição nestes dias – atacou.
Luis cardoso